O QUE ARISTÓTELES E O REALISMO INGLÊS DO SÉCULO XIX PODEM NOS ENSINAR SOBRE A PEDIATRIA? USANDO AS CATEGORIAS DE ARISTÓTELES COMO CHAVE INTERPRETATIVA DA OBRA “THE DOCTOR” DE LUKE FIELDS.

Introdução
Medicina é uma ciência e uma arte, trazendo em si a dureza da biomedicina e a leveza da compaixão. É intrinsicamente contraditória e conciliadora, atomística e holística. Como médicos, criaturas humanas que somos, complexas em sua própria definição, devemos nos debruçar sobre outras modalidades artísticas e nelas buscarmos reflexões sobre nossa prática, nós mesmos e os outros.
Luke Fields, em sua obra mais famosa “The Doctor”, conseguiu capturar a essência da prática médica, sendo esse quadro uma das imagens artísticas mais icônicas a tratar da Medicina, amplamente reconhecida por profissionais da saúde e seus pacientes.
Objetivo:
Esse trabalho visa estudar o quadro “The Doctor” utilizando como chave interpretativa “As Categorias” de Aristóteles.

Métodos:
Os elementos gráficos do quadro “The Doctor” foram analisados com base nas categorias de Aristóteles encontradas na obra Categorias, traduzida diretamente do grego para o português.
Resultado:
As Categorias de Aristóteles são uma série de propriedades que os seres possuem e que nos permitem agrupá-los como entidades semelhantes. Classicamente, atribuímos valores a dez atributos, a saber: substância, quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, estado, hábito, ação e paixão. Ao analisarmos a icônica obra de Sir. Luke Fields podemos identificar os atributos necessários para categorizarmos um médico ideal.
Conclusão:
“Nada do que é humano me é estranho”. O mesmo olhar clínico que, a partir de minúcias, consegue realizar um diagnóstico complexo, deve estar atento ao mundo ao seu redor. Reconhecer na Arte elementos de nossa prática clínica permite ampliarmos nossa capacidade de empatia e de entendimento do outro, integrando saberes e dialogando mais profundamente com os pacientes.